quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Desonestidade Declarada


Esses dias eu estava esperando uma pessoa no estacionamento de um edifício. Como sabia que ia demorar um pouco comecei a ler o livro O Amanhã Começa Hoje (li 47 páginas!). A poucos metros havia um grupo de políticos discutindo os resultados da eleição para vereador daquela cidade. Um deles liderava a discussão e falava como um vereador já eleito. Tentei me concentrar na leitura, mas não pude deixar de ouvir várias vezes o assunto de que tratavam. Percebi que um deles (o líder do grupo) havia ficado na suplência e começou a esclarecer porque não conquistou a cadeira de vereador. Entre outras coisas, falou sobre a compra de votos de outros candidatos.

Disse que um "tal", na hora do pleito, saiu com 250 reais e comprou pelos menos 25 votos a dez reais. E completou para minha decepção: "Vocês estão vendo? O camarada com 250 comprar essa quantidade de votos, tão vendo como é fácil?" Depois das gargalhadas, outros passaram a revelar os segredos durante as disputas de outubro passado. Falaram de várias falcatruas (cheques recebidos para comprar votos; empresários que financiam o negócio para serem beneficiados depois; dívidas de campanha; o papel dos cabos eleitorais nesse crime; trabalhos comunitários desenvolvidos apenas para motivar votos etc.)

Fiquei internamente indignado com a atitude daqueles homens ávidos pelo poder e pelo dinheiro. Sem nenhuma cerimônia ou preocupação, revelar os podres das suas campanhas em via pública, com pessoas passando de vez em quando para eles parecia carecer de significado. Fatos como esse mostram como nossos políticos precisam mudar. Fiquei feliz em saber que nenhum deles ganhou a eleição, mas preocupado pelos vitoriosos (foram comentados durante a conversa).

Honestidade é um artigo raro na vida pública de nossos políticos. Os escândalos da política brasileira trazidos a luz recentemente (me refiro aos atos secretos do Senado) tornam manifesto que a atual geração de homens que governam o país precisa ser mudada. Nossos jovens necessitam urgentemente de modelos a quem imitar. Homens que sejam fiéis as suas convicções e a confiança depositada pelo povo.

Segundo o dicionário uma pessoa honesta é alguém "virtuoso, honrado, bem procedido, digno de confiança" (Silveira Bueno, Minidicionário da língua portuguesa). Poucas ou nenhuma dessas características possuem um bom número dos líderes que estabelecem as leis que regem a nossa nação. Tenho tanta confiança em alguns políticos como o dono do galinheiro tem na raposa que ronda suas galinhas. Ser confiável devia a meta de cada homem público. A honestidade não é uma utopia. É uma necessidade e algo digno de ser almejado por todos os cidadãos do Brasil, especialmente por aqueles que têm a função de esclarecer com sua própria vida quais são nossos deveres, direitos e o que é cidadania.
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Ribamar Diniz

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