segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Acampamento de Feitiços


Na semana passada a Rede Globo, seguindo sua tradição em promover o espiritismo, veiculou uma micro-série intitulada Acampamento de Férias. Renato Aragão estrelou os cinco capítulos que, a meu ver, nada têm haver com um acampamento de férias. Pelo seu conteúdo, a série deveria ser chamada Acampamento de Feitiços. As duas palavras – férias e feitiços, embora comecem com a mesma letra, têm significados bem diferentes. Segundo o Dicionário férias é a “folga”, “descanso” ou período (geralmente um mês) em que “se suspendem as atividades escolares ou profissionais”. (Silveira Bueno, Minidicionário da Língua Portuguesa). Já feitiço é a “mandinga, encantamento, bruxaria”. Feiticismo é a “crença nos poderes dos amuletos e estatuetas, ídolos etc.”. As férias podem ser tiradas por qualquer um, já os feitiços são realizados por um mago ou bruxo.

A mini-série que "tem um pé na aventura e outro na fantasia" (http://www.oglobo.globo.com) apresentou todo tipo de feitiços: palavras mágicas, água da fonte da juventude, amuletos, varinhas mágicas, maldições, tendo Renato Aragão como seu mago. O público alvo são crianças e adolescentes que, infelizmente se encantam pela graça do Didi e não têm condições de julgar as mensagens espíritas contidas em cada capítulo. “No sentido mais básico, magia é uma tentativa de controlar ou coagir as forças naturais ou sobrenaturais para cumprir os mandos do homem (foi o que se viu na série global). Desconhecendo as causas naturais de muitos acontecimentos cotidianos, as pessoas nas primitivas sociedades criam que a repetição de certas palavras mágicas ou encantamentos, ou a realização de algum ritual, poderiam produzir certos efeitos desejados”. (O homem em busca de Deus, São Paulo: Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1990, 77-78).

A Bíblia diz que os últimos dias da história terrestre veriam um aumento significativo nas práticas relacionadas á feitiçaria (Veja II Tessalonicenses 2:9; Apocalipse 13:13,14; 17:23). Essas atividades seriam uma maneira de Satanás confundir as pessoas e afastá-las das verdades bíblicas que oferecem salvação (II Timóteo 3:13-17). A obra mestra de Satanás “será alcançada no fim dos últimos tempos. Diz o profeta: ‘Vi três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande dia do Deus todo-poderoso.” (Apocalipse 16:13 e 14) – (Ellen White, O Grande Conflito, ed. Condensada, Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 1996, 331.)

Os feitiços são apenas um componente ou teia da imensa rede que representa o espiritismo moderno. O Espiritismo - “doutrina fundada na crença da existência de comunicações, por intermédio da mediunidade, entre vivos e mortos, entre os espíritos encarnados e os desencarnados” (Silveira Bueno, Minidicionário da Língua Portuguesa)- é condenado pela Bíblia Sagrada em vários trechos. Moisés alertou veementemente contra todas as práticas ligadas ao ocultismo e a feitiçaria (Deuteronômio 18:10-12); Isaías ensinou a não consultarmos adivinhos ou necromantes (8:19 e 20); Jesus atribuiu a Satanás o poder das trevas e os enganos (Mateus 3:3-11; 8:28-32); Paulo diz que a feitiçaria está entre os frutos da carne (Gálatas 5:20) e o apóstolo João advertiu que os feiticeiros não terão lugar no reino do céu (Apocalipse 22:15).

Embora Ellen White esteja se referindo a um contato mais profundo com o Espiritismo, creio que seu alerta deve ser escutado pelos curiosos do acampamento de feitiços: “Poucos há que tenham uma justa concepção do poder enganador do espiritismo. Muitos se intrometem com ele simplesmente para satisfazer a curiosidade. Encher-se-iam de horror ao pensamento de se entregarem ao domínio dos espíritos. Aventuram-se, porém, a entrar em terreno proibido, e o destruidor exerce todo seu poder sobre eles, contra a sua vontade. Uma vez induzidos a submeter sua mente à direção dele, segurá-los-á em cativeiro. Nada, a não ser o poder de Deus, concedido a fervorosa oração, poderá livrar essas almas.” (O Grande Conflito, Ed. Condensada, 330).

Ribamar Diniz (Bacharel em Ciências da Religião e estudante de Teologia na Universidade Adventista da Bolívia)

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